

História do Sistema OCB
Nascemos em um período em que o movimento cooperativista buscava fortalecimento a partir da união. Já são mais de 45 anos de história, acumulando conquistas e descobrindo caminhos que levam o cooperativismo cada vez mais longe e para cada vez mais brasileiros. Conheça um pouco da nossa trajetória até aqui.
Anos 60 o Início
Na época, a representação nacional do cooperativismo era dividida entre a ABCOOP (Aliança Brasileira de Cooperativas) e a Unasco (União Nacional das Associações Cooperativas), o que dificultava o diálogo com o Estado e o atendimento das demandas do movimento. A grande força do cooperativismo estava no campo, e o governo viu nas cooperativas o apoio que precisava para implementar sua política econômica para a área agrícola. Nesse contexto, em 1967, o então ministro da agricultura, Luiz Fernando Lima, solicitou ao secretário da agricultura de São Paulo, Antônio José Rodrigues Filho, já uma liderança cooperativista, que promovesse a união de todo o movimento. Em 2 de dezembro de 1969, foi criada a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), após um consenso durante o IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo. Foi então que nos tornamos a representante nacional do cooperativismo, reunindo e fortalecendo os interesses do setor.
Anos 70
A Hora de Crescer
Após a unificação, era preciso regulamentar a nova forma de representação do cooperativismo. Em 8 de junho de 1970, a OCB foi registrada em cartório como a entidade defensora dos interesses do cooperativismo brasileiro. Dias depois, a Assembleia Geral Extraordinária aprovou o Estatuto Social da OCB e empossou a diretoria com mandato até 1973. Agora era o momento de ir em busca do amparo legal para o cooperativismo brasileiro. O resultado veio no ano seguinte com a promulgação da Lei 5.764/1971, que substituiu toda a legislação anterior sobre cooperativismo e reforçou o papel OCB como representante nacional do setor. Ficou definido que, apesar da pouca intervenção do governo, o cooperativismo seria fiscalizado, controlado e fomentado pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e pelo CNC (Conselho Nacional de Cooperativismo). A lei foi um divisor de águas para o movimento. A partir dessa regulamentação, a OCB pôde organizar as unidades estaduais e as cooperativas passaram a se enquadrar em um modelo empresarial, possibilitando sua expansão econômica. Nossa primeira década foi marcada principalmente pelo trabalho de viabilizar o sistema e pelo potencial de crescimento das cooperativas.


Anos 80
Representação e Participação
Desde o início, utilizamos ferramentas para estimular que todos opinem e decidam juntos os caminhos do cooperativismo. Na década de 80, a OCB promoveu eventos por todo o país para discutir o movimento e buscar formas de melhorar e consolidar o cooperativismo. Outro grande reforço para a comunidade cooperativista nessa época foi a filiação da OCB à ACI (Aliança Cooperativa Internacional), em 1988. O cooperativismo brasileiro passou a acompanhar eventos internacionais, trocar experiências e participar da definição das diretrizes do cooperativismo mundo afora. O ano de 1987 demarca grandes conquistas. Na 16ª Assembleia Geral Ordinária da OCB, definem-se as bases para a formação da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Sob o comando de Roberto Rodrigues, um movimento que reúne 1,5 mil pessoas de todos os estados e assinala um novo tempo para o cooperativismo. Um abaixo-assinado elaborado pela OCB registra 46.53 assinaturas em prol de contribuições do movimento cooperativista na elaboração de propostas para a Carta Magna. O ano de 1988 – um marco na política nacional – contou com grandes conquistas do cooperativismo junto à Assembleia Nacional Constituinte, destacadas durante o X Congresso Brasileiro do Cooperativismo ocorrido no Centro de Convenções de Brasília. A principal é a suspensão das limitações da Lei nº 5.764, de 1971. A Constituição de 1988 inaugura a era da autogestão cooperativista, ao proibir a interferência do Estado nas associações desse setor.
Anos 90
Autonomia e Competitividade
Ainda era preciso garantir mais autonomia para as cooperativas brasileiras. Após a Constituição de 1988, o governo deixou de tutelar para somente fomentar e apoiar o movimento cooperativista por meio da atuação do CNC e da Senacoop (Secretaria Nacional do Cooperativismo), que até então substituía o Incra nas funções de controle do cooperativismo. Apesar do avanço, faltava uma legislação específica para criar mecanismos de autogestão para as cooperativas. Foi a partir do cooperativismo agropecuário, naquela época o principal ramo em atividade no Brasil, que a mudança começou a surgir. O ramo sofria com os planos econômicos do governo que buscavam a liberação da economia e a redução da intervenção do Estado na agricultura. O endividamento dos produtores rurais e das cooperativas agropecuárias levaram a OCB e as lideranças cooperativistas do Brasil a buscar uma saída. Era preciso tornar o cooperativismo competitivo em uma economia de mercado. Assim surgiram dois programas que impulsionaram o cooperativismo brasileiro. O primeiro previa a liberação de recursos para as cooperativas que apresentassem um projeto de reestruturação completo, que as tornasse autossustentáveis. O segundo implementava o Programa de Autogestão. No ano de 1993, Roberto Rodrigues é eleito presidente da ACI Américas e Caribe. Logo depois, em 1995, assume a presidência da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). Com isso, o cooperativismo brasileiro ganha reconhecimento internacional. Em 1998, o governo editou a Medida Provisória 1.715 que criava o Programa de Revitalização das Cooperativas Agropecuárias (Recoop) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). Grandes passos para a consolidação do cooperativismo no país. O “S” do cooperativismo deu condições efetivas de avanço para o setor. A partir desse instante, passou a ser estruturado e desenvolvido, assumindo uma função operativa mais expressiva da década de 2000 em diante. Com o Sescoop, o cooperativismo passou a investir fortemente no processo de profissionalização das pessoas.

Anos 2000
O Trabalho não para
Muito já foi feito em nome do cooperativismo e ainda há muito o que fazer. Estamos sempre pensando em formas de organização e participação que fortaleçam o nosso movimento. Hoje, o Sistema OCB é constituído por três casas que, juntas, trabalham pelo cooperativismo no Brasil: a OCB (Organização Nacional das Cooperativas), o Sescoop (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo) e a CNCoop (Confederação Nacional do Cooperativismo). Cada uma atuando da sua forma na consolidação da cultura cooperativista. Atualmente trabalhamos com 07 Ramos do cooperativismo. São eles: